A música tem rompido fronteiras e vem fazendo grandes mudanças na vida de crianças e adolescentes no bairro Da Paz em Salvador, o bairro com fama de um dos mais violentos da capital baiana ganhou em 2013 um projeto do NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) inspirado no El Sistema da Venezuela, chamado de NPO (Núcleo de Prática Orquestral) em parceria com a Santa Casa da Misericórdia da Bahia.
O Programa oferece aulas de teoria musical e solfejo, prática de canto coral e aulas prática de instrumentos de sopros e percussão, entre eles: Flauta, oboé, trompete, trompa e clarinete.
O NEOJIBA em todos os seus núcleos em diversos lugares, beneficia direta ou mesmo que indiretamente mais de 4 mil crianças e jovens, e tem suas representações em orquestras conhecidas pelo público baiano, como a YOBA Orquestra Juvenil da Bahia, a OCA Orquestra Castro Alves e a OPE Orquestra Pedagógica Experimental. No caso do NPO Bairro da Paz, mais de 120 crianças entre 08 e 19 anos encontraram no projeto musical, uma forte arma contra o preconceito de pessoas que acreditam que o bairro é composto somente de violência.
Professores, alunos e apoiadores do projeto afirmam que o ensino de música transformou a vida de muita criança e adolescente no bairro, trazendo para cada um uma forma diferente de encarar as dificuldades e adversidades nos seus cotidianos. A aluna Talita da Luz Silva, de 17 anos e que estuda Flauta Transversal disse que “a pessoa aprende até fazer silêncio, e esperar a vez do outro, pois isso é ensinado na música…” Esdrass Efraim de 28 anos, músico e regente, adotou a filosofia “Aprende quem ensina! ” Aluno do projeto de música do NEOJIBA desde o ano de 2007, se aprofundou e aperfeiçoou na música, e hoje é Coordenador Pedagógico do NPO Da Paz, considera o projeto como transformador e diz: “Se a gente quer transformar o Brasil; primeiro vem a gente, depois a família, a comunidade e vai expandindo…
Você quer que alguém faça algo? Demonstre. Por isso sempre repito; a palavra convence, mas o exemplo arrasta. ”
Semelhante caso, é o de Priscila Santana, de 27 anos, musicista, que é responsável por coordenar o NPO do SESI ITAPEGIPE, o maior do NEOJIBA. Desde o ano de 2011 são mais de 300 alunos entre crianças e jovens de 6 a 15 anos, e pessoas com deficiência intelectual até 49 anos.
Priscila que também é jornalista de formação, defende que a prática de música vai além do crescimento humano a uma oportunidade de profissionalização: “Isso é muito importante nos projetos sociais, porque eles dão esse leque de possibilidades.
E são essas possibilidades que vão além do ser profissional, porque você leva essas noções para o resto da vida…” destacando ainda o seu público, ela afirma que “80% dos alunos do Neojiba são declarados negros e pardos”.
Para ingressar nos projetos de música do Neojiba Nos Bairros, não é necessáriamente ser músico ou ter conhecimento na área. Para mais informações, acesse o site http://www.neojiba.org
Retador: Jadson Gonzaga